Após cumprir dez anos de prisão por ter espancado um garoto, culminando numa vida quase vegetativa por parte da vítima, Donnie Rose (Rossif Sutherland) retorna à liberdade. Inconformados com tal descisão judicial, a família da vítima une-se fortemente para tomar alguma atitude sobre o fato. E então o boxeador profissional Ossie Paris (Flex Alexander), primo da vítima, resolve promover uma luta entre ele e o algoz de seu ente querido, para vingar-se do ocorrido. Para surpresa de todos, o pai da vítima, George (Danny Glover, num papel bem executado), resolve treinar Donnie para o combate, a fim de que este consiga sobreviver ao massacre intencionado por Ossie.

Dirigido habilmente por Clément Virgo, o filme tem caráter dramático, afastando-se fortemente da questão esportiva. A história é contundente, dissecando os personagens centrais e seus sentimentos de raiva e remorso. Em nenhum momento Clément apela para o clichesismo do gênero, e pelo contrário, intenciona quebrar tais paradigmas sociais.
Logo no início uma impactante cena de Donnie fazendo sexo com seu parceiro de cela choca a platéia. Tal cena mostra-se imprescindível para a compreensão dos sentimentos do protagonista no início do filme, e nos põe inúmeras dúvidas sobre a essência de sua personalidade. Donnie, interpretado por Rossif Sutherland – Sim, ele é filho do Donald -, tem uma presença marcante e misteriosa em frente as telas, que transmite bem as nuances de sua personagem. Já Danny Glover, que também evoca com perfeição as marcas de um pai amargurado e enraivecido, prova que está vivo nos cinemas, e continua com sede de trabalhos marcantes.

O Round Final é um drama forte e bem executado, e que teria um maior destaque não fosse o final pobre e simplista. Um final que não condiz com a riqueza da história, nem com a qualidade de seus atores.